POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL FOI PRESO INJUSTAMENTE
Foto ilustrativa
Há alguns dias acompanhamos o sofrimento de um verdadeiro guerreiro, um dos mais respeitados e capacitados policiais que tivemos o prazer de conhecer.
Ao ver um indivíduo apontando a arma para quatro adolescentes, cônscio do seu dever de intervir e prender aquele infrator que ameaçava a vida de outras pessoas, deu voz de prisão ao mesmo que, reagindo, apontou a arma para o policial, sendo baleado e vindo a falecer.
Logo após o colega chamou a policia e o socorro médico. Fez todos os procedimentos corretos. Apresentou-se espontaneamente. Todas as testemunhas confirmaram a versão de legítima defesa. Entretanto, acusaram-no de execução, mesmo que tudo que está nos autos aponte ao contrário.
Após duas trocas de delegado, encontraram um que acabou por indiciar o policial por homicídio doloso. Todas as testemunhas foram ouvidas novamente, pois a única possibilidade de incriminação do policial era que uma delas mudasse o seu depoimento, já que todas em seu primeiro testemunho disseram de forma uníssona e sem contradições que houve legítima defesa.
O infrator estava com álcool no sangue e sua arma raspada tinha sido utilizada recentemente, como aponta a perícia. Todas as provas apontam para a absolvição sumária do colega. Subitamente uma das testemunhas resolve mudar seu depoimento exatamente nos pontos que caracterizam a legítima defesa, como se tivesse sido assessorada.
O delegado, em seu relatório, conclui que:
TODAS AS OUTRAS TESTEMUNHAS, MESMO MANTENDO SEUS DEPOIMENTOS A FAVOR DA LEGÍTIMA DEFESA E SEM CONTRADIÇÕES ESTARIAM MENTINDO E DEVERIAM SER INCRIMINADAS POR FALSO TESTEMUNHO, e que a prisão do Policial Rodoviário Federal deveria ser convertida de temporária para preventiva, pois ele fugiu do distrito da culpa, mesmo tendo se apresentado espontaneamente ao delegado de policia civil após o fato e não ter sido flagranteado por legítima defesa e liberado, sendo recomendado pelos próprios policias a ausentar-se da região para preservar a sua vida. Hoje ele está preso, como fosse o criminoso o qual abordou e que teve a coragem de intervir na sua prática delituosa. Quanta inversão de valores! Quanta injustiça!
Continuamos tendo orgulho do que fazemos e da nobre missão que temos. Profundamente decepcionados e envergonhados, entretanto, como cidadãos que acreditavam na Justiça e no Direito.
Gostaríamos de falar a qualquer cidadão de bem que a qualquer momento pode ser abordado por criminosos e ter a sua vida subtraída pelos mesmos: nos sentimos tristes ao dizer que, há alguns dias atrás, se estivéssemos passando pela rua fora de nosso serviço, sem pestanejar agiríamos; infelizmente, não por falta de coragem, mas por simplesmente não saber se seremos nós os presos depois de tudo, hoje, no mínimo, pensaríamos em tudo o que nosso colega está passando. Essa “Justiça” vem fazendo que muitos policiais acabem acreditando que se eximir, infelizmente, é a melhor opção.Que Deus ajude a todos nós policiais, que, muitas vezes, só contam com o apoio de sua própria consciência.
Fonte: Cabo heronides
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