sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

O receio não é um bom conselheiro para o policial

Ensinamento notável li recentemente em um texto do ex-comandante geral da PMERJ, Coronel Mário Sérgio: “não se aconselhem com receios”. Segundo o coronel, a citação é de um militar norte-americano, o General Patton, de quem se apropria para ratificar a necessidade de não se calar frente a situações que considera aviltantes, ou constrangedoras. Embora discorde parcialmente do que defende o ex-comandante geral naquele texto, concordo e repito: “não se aconselhem com receios”.

Talvez pessoas em outros contextos de vida também assimilem bem este ensinamento, mas aos policiais ele parece ser indispensável. Pelo óbvio, sabemos que não é condizente com a condição policial a fuga, o esconderijo, a covardia, os expedientes ardilosos típicos de quem evita o embate com aquilo que quer combater. Estas são táticas daqueles que os policiais enfrentam, aqueles que têm motivos para não apresentar-se orgulhosos dos seus atos.

No cotidiano das ruas, é, sim, necessária cautela e estratégia. O atabalhoamento e a precipitação são características dos tolos – e as tolices policiais costumam dar em sérios prejuízos a bens jurídicos fundamentais. Mas não é a ausência de cautela que criticamos, e sim a ausência de coragem, que aqui significa mais ou menos entender que há riscos que devem ser corridos. Melhor: há riscos que valem a pena se correr.

É claro que a coragem destituída de moralidade, e por isso uma não-coragem, torna-se abuso, arbitrariedade. Provavelmente, não é a isto que o General Patton faz apologia ao dizer, repitamos, “não se aconselhem com receios”. Seja na atividade cotidiana operacional, no desenvolvimento de atitudes inovadoras e criativas, ou mesmo nas relações políticas no âmbito das corporações policiais.

Eis o mantra: “não se aconselhem com receios”.

Autor: Danillo Ferreira

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