sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Oficiais “empresários” são investigados…


A convivência dos governos com o bico, segundo emprego praticado por policiais e bombeiros visando obter complementação salarial, acaba gerando contradições e distorções no âmbito das corporações PM/BM, principalmente quando se trata de serviços ligados à segurança privada, instância profissional que cresce justamente com a derrocada da segurança pública.

Neste contexto, a permissividade com o bico, possibilitando aos governos a omissão frente à defasagem salarial nas polícias, acabou gerando como efeito colateral a criação de grandes empresários policiais, em todas as instâncias hierárquicas, algo que vai além da mera complementação salarial. É isto que o Ministério Público está investigando no Rio de Janeiro:


RIO — Por trás de empresas que fazem consultorias e elaboram projetos e planos de prevenção e combate a incêndio, há integrantes do Corpo de Bombeiros, embora o estatuto da corporação proíba a participação do militar no quadro societário. O Ministério Público do Rio já instaurou três inquéritos e moveu uma ação civil por improbidade administrativa contra bombeiros que usam parentes ou laranjas para figurarem como sócios em empresas, enquanto eles próprios ficam à frente dos negócios. O MP afirma que a função pública é usada para facilitar os trâmites dos processos de certificação dos estabelecimentos no Corpo de Bombeiros.


Embora seja necessária a flexibilização de certas normas, garantindo o exercício de atividades extras que não são incompatíveis com a atividade policial, há, de fato, certos exageros que devem ser coibidos. Mas tudo deve se iniciar com a atitude dos governos em conceder dignidade salarial aos policiais e bombeiros.

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